Experimental

  • Arquivo
  • Random Beauty
  • Memórias
  • Sobre
  • 006

    Mortuary House

    2019

    No silêncio de Barrancos, no Alentejo profundo, ergue-se uma nova estrutura: uma casa mortuária com duas salas, pensada como um lugar de suspensão — entre a terra e o céu, entre o que foi e o que ainda permanece.

    A entrada faz-se por um passadiço leve e transparente, que eleva o visitante do solo, quase como um gesto de separação. É o caminho da paz — um percurso que marca, com suavidade, a distância que se abre entre os vivos e os que partem.

    Ao fundo, uma janela convida à luz. É por ela que se entra. De cada lado, duas salas de despedida — simétricas, silenciosas, contidas. No final, uma varanda aberta sobre a vastidão da paisagem. Um horizonte. Uma última despedida.

    Esta casa é pesada e leve.
    É um corpo ancorado na memória e, ao mesmo tempo, projetado no tempo.
    A sua estrutura balança-se no presente — firme o suficiente para acolher a dor, leve o bastante para deixar partir.