Mini Living
Este projeto parte de uma abordagem crítica à ideia de demolição total, propondo, em vez disso, uma estratégia de adaptação, revitalização e criação de novas oportunidades a partir de uma estrutura abandonada. A ruína existente, composta por elementos em pedra e tijolo, foi entendida não como obstáculo, mas como potencial — uma base carregada de memória e carácter, capaz de sustentar uma nova forma de habitar.
No piso térreo, a intervenção mantém a integridade da preexistência, permitindo que as habitações se desenvolvam de forma orgânica, moldadas pelas geometrias irregulares e pela espessura dos muros antigos. A ruína funciona aqui como suporte físico e narrativo, definindo percursos, limites e atmosferas.
Sobre esta base, cresce uma nova estrutura habitacional em galeria, composta por pequenos estúdios duplex. A ampliação afirma-se através da leveza e precisão dos sistemas construtivos atuais: estrutura metálica, painéis secos e componentes modulares. A oposição entre materiais — metal sobre pedra — é deliberada, marcando a passagem do tempo e a coexistência entre passado e presente.
Este gesto de sobreposição respeita as qualidades locais — a escala, os materiais, a forma de construir — mas reinterpreta-as à luz das exigências contemporâneas de flexibilidade, eficiência e economia de meios. Ao invés de apagar, o projeto acrescenta; ao invés de substituir, transforma. Uma ruína torna-se assim uma fundação ativa, abrindo caminho a novas formas de ocupação e regeneração urbana.
Local
Tipo
Equipa
Elói Gonçalves, Elena Bergamaschi
Cliente
Private