Living Machines
Num terreno inclinado, na periferia de Fátima, duas casas descem em pares. Tudo aqui se organiza por duplos — duas casas, dois pisos, dois espaços, duas janelas, dois telhados. Não por simetria, mas por ressonância. A inclinação do solo dita a implantação em escada, permitindo que ambas se afirmem com autonomia e vista. Cada casa espelha a outra na lógica do desenho, mas diverge no gesto: uma abre-se à paisagem com uma cobertura inclinada, a outra recolhe-se sob um telhado plano.
Dois modos de habitar, duas atitudes perante o lugar. Interiormente, também os espaços se estruturam em pares — zona social e zona íntima, em dois níveis que dialogam com a pendente. As aberturas surgem em duplo, ora lado a lado, ora frente a frente, criando eixos de luz e vistas cruzadas. Tudo funciona em paridade, como se o projeto fosse uma conversa entre duas formas distintas de ocupar o mesmo terreno.
O desenho é rigoroso, quase musical, feito de repetições e variações que respeitam a topografia e celebram a coexistência.
Local
Tipo
Equipa
Elói Gonçalves, Tae Seong Seung, Elena Bergamaschi
Cliente
Private