Experimental

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    Living Machines

    2022

    Num terreno inclinado, na periferia de Fátima, duas casas descem em pares. Tudo aqui se organiza por duplos — duas casas, dois pisos, dois espaços, duas janelas, dois telhados. Não por simetria, mas por ressonância. A inclinação do solo dita a implantação em escada, permitindo que ambas se afirmem com autonomia e vista. Cada casa espelha a outra na lógica do desenho, mas diverge no gesto: uma abre-se à paisagem com uma cobertura inclinada, a outra recolhe-se sob um telhado plano.

    Dois modos de habitar, duas atitudes perante o lugar. Interiormente, também os espaços se estruturam em pares — zona social e zona íntima, em dois níveis que dialogam com a pendente. As aberturas surgem em duplo, ora lado a lado, ora frente a frente, criando eixos de luz e vistas cruzadas. Tudo funciona em paridade, como se o projeto fosse uma conversa entre duas formas distintas de ocupar o mesmo terreno.

    O desenho é rigoroso, quase musical, feito de repetições e variações que respeitam a topografia e celebram a coexistência.