Fontinha Cowork
Após a remoção da cobertura e do muro perimetral no fundo de um antigo armazém, revelou-se inesperadamente uma enorme rocha selvagem.
Aquilo que era interior tornou-se exterior, criando uma nova frente onde antes era tardoz.
O espaço transformou-se — não apenas em função, mas na própria lógica de relação com o lugar.
O armazém é agora composto por dois volumes semelhantes — casa e ateliê — separados por nichos de dormir.
No centro, um grande objeto em madeira organiza tudo: concentra os serviços e liberta os extremos.
De um lado e do outro, dois espaços amplos, abertos, dedicados à vida e ao trabalho.
Os quartos, encaixados no corpo do armário, situam-se entre o habitar e o produzir. Voltam-se para o pátio, observam a rocha.
Entre eles, um arco grosso, quase desproporcionado, assume-se como gesto mínimo, mas fundamental: é o elemento que liga os dois espaços lineares.
Um portal. Uma travessia.
Num contraste de escalas, são os espaços mais mínimos que ganham maior densidade emocional —
o recuo, o abrigo, o ninho, a cabana.
Local
Tipo
Equipa
Elói Gonçalves, Nuno Santiago
Cliente
Private
Fotografia
Francisco Ascensão, Giulietta Margot, Marc Goodwin, Fábio Peixoto