Experimental

No topo de um bloco de habitação na cidade de Pombal, um antigo desvão da cobertura é transformado num espaço habitável.Aquilo que antes era um conjunto disperso de salas de arrumos dá agora lugar a um único gesto arquitetónico: um espaço contínuo, longo, moldado com precisão a partir do que já existia.

A intervenção une, com meios mínimos, os fragmentos disponíveis. Uma curva subtil percorre o espaço, costurando a grande sala com os compartimentos privados — quartos e instalações sanitárias.Nada sobra, nada se impõe. Tudo se inscreve numa lógica de contenção e reinvenção. A grande varanda — uma espécie de terraço-miradouro — abre-se sobre a cidade como quem observa um território.

Lá de cima, o morador, outrora banqueiro, mantém o controlo do seu “reino”, agora com outra escala, mais íntima, mais silenciosa. Esta renovação não procura apenas abrigo. Procura significado.Mais do que um simples aproveitamento da cobertura, é um exercício de síntese: fazer com pouco, mas fazer com intenção.Transformar o que estava por cima em algo que vale a pena habitar.